tag:blogger.com,1999:blog-12292604035792885042024-03-05T10:41:56.868+00:00bica curta e água das pedrasAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/16322056261561860925noreply@blogger.comBlogger152125truetag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-1313400023531530272018-06-30T15:27:00.000+01:002018-06-30T15:27:15.172+01:00
Hoje vesti-me da minha mais misturada ambiguidade de cores e tropecei nisto."Mas o medo da loucura, Jeanne, só o medo da loucura nos levará a ultrapassar as fronteiras invioláveis da nossa solidão. O medo da loucura destruirá os muros da nossa casa secreta e projectar-nos-á no mundo à procura de contactos ardentes.Os mundos autoconstruídos e alimentados em si próprios estão cheios de Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-18507480952371412182015-09-03T13:41:00.000+01:002015-09-03T13:41:04.156+01:00Não quero fazer parte desta raçaComo não tenho máquina fotográfica capaz de captar o que sinto, deixo esta imagem feita de palavras, que a ter título seria: "Não quero fazer parte desta raça".Na casa onde cresci ensinaram-me que o sofrimento dos outros é real, tão real quanto o meu, que o que não gostamos que nos façam, também não podemos fazer aos outros. Estes são os apanágios da minha educação. Cresci então com uma Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-54517320734018621582015-08-18T14:19:00.001+01:002015-08-18T21:37:03.141+01:00DesabafosNão há capelas de rosasvirginais originalidades em garrafasfumo polido pelos dias.Não há nada. Distoou daquiloexiste um só objecto da escrita.Tu. Coisa minha.De mim e meu.O resto não é paisagem,são ornamentos penduradosos dias, oxidam o quadro.Nunca foi interesse fazer boneca perfeita.Nem de boneca,nem de perfeita.A coisa em si,objecto da escrita só existesehouver quem o escreva,perdido na Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-35130310932866289882015-07-29T23:14:00.001+01:002015-07-29T23:14:55.185+01:00O que os olhos não ouvem
No dia em que mais nada conseguir fazer, vou escrever um livro sobre a estupidamente significante podridão humana, ao mesmo tempo que entrelinho, borboletas a esvoaçar por ter ouvido, da janela do quarto das leituras, um senhor que ao passar na rua, assobiava Coltrane.
Esta dificuldade em ser crente no homem, como indivíduo, e paradoxalmente uma indestrutível féAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-15773813021977777152015-07-14T14:20:00.002+01:002015-07-14T14:20:37.583+01:00maternidade Criar um filho e ter um filho são coisas bem diferentes.Ter um filho é um acto infinito e perpétuo.Criar um filho é prepará-lo para a guerra, com ou sem balas. É trair o próprio acto em si da criação. Destiná-lo a ser cada vez menos e mais longe o que uma vez se teve perpétuamente, e desejar com todos os ossos partidos, que este nunca seja o dele. É viver depois de ter um filho numa solidão Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-62848069169048146792015-07-08T13:53:00.000+01:002015-07-08T13:53:23.504+01:00EspelhoÉ uma ampulheta o tempo ausente
estradas de linhas que são o teu corpo.
Conversa aqui e ali ao longo de verdes
e flores por ti assinaladas.
O desejo estende-se numa saudade
volta ao mundo em balão.
São os teus olhos em todo o lado
e o teu pensamento
sobrevoa-me como uma neblina que distorce a luz.
Fica tudo da mesma cor
as palavras ecoam em todas as arestasAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/16322056261561860925noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-82541425596967709452015-06-15T13:40:00.000+01:002015-06-15T13:40:36.108+01:00por falar em Eugenio de Andrade
Porque nem só de cartas se fazem os dias e a poesia é como o cigarro- distrai-me, diariamente e várias vezes ao dia. É como o pensamento: todos os ventos me levam a ti.
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-28120940426826987342015-05-29T08:03:00.000+01:002015-05-29T08:03:00.435+01:00
A poesia é um fantasma que nos possui e atormenta. Não serve para ordenado, nem para almoço, nem como engate, nem como coisa bonita e de gente sensível. Conheço muito boa alma que tem a felicidade de não ser poeta e ainda bem para eles!
Não é agradável, não é um marco e também não é necessariamente bonita.
Por isso, façamos de conta que a poesia é como ter sarna. Não convém entrar em Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-3483605427558819752015-05-26T08:19:00.000+01:002015-05-26T08:19:00.060+01:00Em homenagem a uma mulher
Amanhã vou crescer muito, durante a noite.
Vou atar infinitos balões ao teu corpo e fazer te sobrevoar as nossas planícies
Lá muito do alto, lá em cima onde se vê o Alentejo quase todo.
Depois, como vou ser muito grande, vou te mostrar que todos os campos são o contorno do corpo,
Que os rios são o sangue e as árvores os pelos e as flores são quânticos resquícios.
As barragens são os olhos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-88214567816647960692015-05-25T21:27:00.003+01:002015-05-25T21:27:43.252+01:00Jorge Sousa BragaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-91531946818820229402015-05-22T10:15:00.000+01:002015-05-22T10:15:00.580+01:00Vazio.A distância atroz de um centímetro
Cúbico
Cubículo
Minusquiculo.
Somos feitos de 99% de vazio.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-47229490712178703552015-05-19T09:52:00.002+01:002015-05-19T09:52:40.087+01:00Registo sem sentido
Caiu pela minha terra, encosta levemente inclinada de calçada tortuosa, o espasmo levemente doce da cerejeira, onde em consciência perdida, deixou o fundo buraco da sua raiz.
Almejei um dia tropeçar, mas detive-me com muito medo de nunca cair tão fundo
tão profundamente que não me acharia
eco.
Talvez petrificação, essa cobardia trazida pela vida de agarrar com as unhas e ferrar os Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-9084271572216634622014-09-18T09:22:00.001+01:002014-09-18T09:22:05.581+01:00ÁguaMovo-me como a água,jardim encantado, os dedos como gotas,pousaram em ti.
O rio a dominar o leito por onde passa.Água a correr sobre ti.
água das pedrashttp://www.blogger.com/profile/04957785534415100699noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-71215784076566484652014-09-08T21:44:00.001+01:002014-09-08T21:44:41.801+01:00DesconheçoHá coisas das quais não se pode fugir, nem fingir,a morte é uma delas.A haver dúvidas basta inserirdelicadamenteos dedos no centro do mundoe ouvirde quantos lençóis amarrados se faz uma semana;e se há, ou não, contas para pagar.Em suma, nunca se deve procurar as estrelas de dia.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-83366471801592148842014-08-27T23:56:00.000+01:002014-08-27T23:56:00.103+01:00
tu escreves os versoseu leio-teestamos onde? no quarto, no quintaleu penso: -sempretu sussurras um unguentoeu escuto-te porque sei o que dizes mesmo quando não te oiçotu pensas: - está frio, a que distância estará o sol?eu corro: -vou comprar cartão e o alogénio todo do mundo para te iluminartu quiseste uma casaeu quis uma casasomos o espaçotu humedeces os teus lábioseu penetro nos teus água das pedrashttp://www.blogger.com/profile/04957785534415100699noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-25020823909842025162014-08-23T22:45:00.000+01:002014-08-23T22:45:52.794+01:00Para além de ler, pensar quem escreve.Como se um poema fosse uma fotografia, eu tento sempre espreitar pelo outro lado da objectiva para ver quem olha o retrato e o porquê do retrato... é uma espécie de bisbilhotice, como se o poema não chegasse; é sempre preciso saber quem o escreve e porque o escreve.Que estaria ele, o poeta, a pensar?Será que o que escreve é uma dissertação duma imagem na retina, ou será um filme; será o tempo do Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-5195102718821664282014-07-04T11:19:00.000+01:002014-07-04T11:19:00.635+01:00To my BunitaSumiste-te na graça de um colibriperfumando os sentidos,gentilmenteuma ágata ébano e gengibreformiga vermelha de beliscadura fina,dolorosa, inquietante e muito viciantea gotejar numa mimíca de adivinha da tua vozlento bater nessa pele sempre capa de um versodoçura no leve desprender desse toqueantes do próximo toquemomentos azuis e depois carmimuma metáfora que mate a metáforade seres a Deusa água das pedrashttp://www.blogger.com/profile/04957785534415100699noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-69938813052267069932014-07-01T23:45:00.000+01:002014-07-01T23:45:00.725+01:00Ninguém tropeça nos diasAs ruas cheias de vidros, plásticos, garrafas e pontas fumadíssimas de cigarros e algumas ganzas. Tudo era uma tendência inabalável para a morte poluída, como quem prefere o suicídio, à morte pelas facas do inimigo.Cinzento, tudo muito cinzento e no chão desenhava-se com os dedos pinturas rupestres do que um dia foram as flores, o mar e a primavera. Agora, debaixo do desenho e dos dedos cinzentosAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-27322914939078658422014-06-27T23:00:00.000+01:002014-06-27T23:00:03.890+01:00Sem parafrenália
Não sei mais que abraçar a aragem do voo dos pássaros sobre o horizonte poenteperder a vista lentamente sobre o calor;nas mãos a raiz húmida do deserto,perder as asas e secar lentamenteà exposição desoladorada superlatividade.
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-76524434759972870382014-06-24T21:25:00.000+01:002014-06-24T21:25:00.160+01:00Divagações (outra vez)Dizem do ultra-romantismo que, quando nos assenta bem na vida, faz passar os anos ao lado, mas quando nos assenta dolorosamente como um fato apertado, ou demasiado largo, faz-nos passar os anos por dentro do corpo, até ao exterior das nossas rugas e cabelos brancos.Não sei se envelheci ou se os anos passaram à muitos anos atrás, como se agora quisessem à força tomar da minha carne os anos que Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-50376098163854471312014-06-20T10:44:00.000+01:002014-06-20T10:44:00.420+01:00Novos velhos novos
Sentou-se gasta e velha e inchada como as velhas moídas da vida, com rugas tão fundas que se vê o outro lado do corpo. Onde a vontade é uma poeira muito antiga esquecida numa prateleira de livros usados. Igual só o banco do jardim comido pelo sol. Iguais só as pedras da calçada que todos os dias lêem o mesmo jornal, lambem as mesmas solas e bebem a mesma água.
Quando se deu conta era já o porAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-44584002675859312412014-06-13T09:28:00.000+01:002014-06-13T09:28:00.068+01:00A change?
Talvez muderecordo-me,todas as gatasforam alcatrão e os pneus gastospele arranhada e as marcas para mostrarherói dos afagos nocturnos e de pertocheirar-lhes os segredos e o que mais nem elas sabiamfugidias e lapas em rocha agarradasas gatas são luas de face ocultae máscaras sobrepostas, todas metidas na carne e a verter sangue, lágrimase em tantas outras noites, cheiasbusquei-as nos quatro água das pedrashttp://www.blogger.com/profile/04957785534415100699noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-21165090237329511352014-06-10T21:57:00.000+01:002014-06-10T21:57:00.150+01:00Divagações
Quanto mais me adenso em queda livre para dentro da escrita, mais comprimidos ficam os átomos; pior é que não melhora com o passar dos anos. Pelo andar da carruagem, um dia destes escrevo com a massa do sol e faço um buraco na terra.
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-84789407074604954352014-06-06T21:30:00.000+01:002014-06-06T21:30:00.101+01:00Before Coming The Sun
antes de vir o solrepousarei um beijo na tua facedas palavras de onde edificas poesiao teu rosto myosotise um corpo coberto de tule e cambraiasão o primeiro lençol do diae as mãos de um absoluto envolvero meu mais querido amanhecerágua das pedrashttp://www.blogger.com/profile/04957785534415100699noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1229260403579288504.post-46683542268894929152014-06-03T09:30:00.000+01:002014-06-03T09:30:00.761+01:00A raiz de deus
Havia raízes
neste lugar de fazer deus
mas o céu é
um mal que vem de muito longe,
inusitadamente
cruel.
Havia deus
neste lugar de fazer raízes.
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02067108964241161189noreply@blogger.com0