Criar um filho e ter um filho são coisas bem diferentes.
Ter um filho é um acto infinito e perpétuo.
Criar um filho é prepará-lo para a guerra, com ou sem balas.
É trair o próprio acto em si da criação.
Destiná-lo a ser cada vez menos e mais longe o que uma vez se teve perpétuamente, e desejar com todos os ossos partidos, que este nunca seja o dele. É viver depois de ter um filho numa solidão imensa de mãe, que ralha, castiga e à noite desenha universos imensos de perder de vista, enquanto em segredo, a coberto do sono pequenino, se abraça aquele filho, tido, muito, sem nunca ter vontade que nasça.
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