numa calçada escura
evitar as irregularidades
naquela esquina, uma luz
o som que traz o sabor do rum
o conforto do sossego no meio dos outros
para ficar sozinho e poder pensar-te
ver-te, faz-me falta ver-te
e o teu pedido para acender um cigarro
depois consigo ter o verde dos teus olhos
escutar só o teu murmúrio
e a textura do arrepio em ti
dividir em fotogramas o contorno do teu pé
e como calcas o chão com os teus saltos altos
rodas a cabeça e fixo o teu sorriso de menina
na minha pele limpa nada marquei
o ferro quente indelével queima ainda
no fumo podes ler
todas as palavras que são tuas
é nelas que me deixo
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