segunda-feira, 22 de julho de 2013

Florbela


De ti sobraram as lâmpadas da noite no horizonte da planície. 
Guardei no entanto as papoilas usadas entre as letras dum livro que me ofereceste.
Que modo parvo de guardar a memória com cheiro a sentimentalismo barato. 
A julgar pelo aspecto gasto deveria imaginar as décadas das tuas mãos, mas não, prefiro guardar no horizonte a memória barata dum livro gasto.

Sento-me com a Florbela e aceno com a cabeça o quão pobres somos. As mesmas, sempre, para dizer várias coisas. 

Velhas e gastas, Florbela, velhas e gastas...


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