sábado, 7 de setembro de 2013

Estorvo arrepio


Foi um estorvo, arrepio
as palavras inquietas
o salto num abraço a esconderes o rosto envergonhada
um beijo rebuçado como desculpa
e juntas os teus lábios aos meus
estalas-me a pele, insuportável comoção
os olhares cruzados, sempre de noite,
porque aqui levantamos parede e conjuramos o dia
aniquila-se tudo, cessa o mundo
o tempo em pó
contemplamos a locomotiva da luxúria
numa viagem ópio
sangramo-nos
em luta ou em valsa,
somos nós, do início da vida
mar repleto, incessante,
suspiro e sorriso escrito com cinco palavras
três nomes, esguios e redondos, fechados
e temos a presença aqui, ali, num lado e no outro do espelho
sublime ausência sempre de frente para o mar.







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