sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

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Não sou eu que tenho roubada virtude de espoliar outros em nome das leis
remeto-me à poda e ao perfume da azálea
a sulcar círculos em volta de mim
pegar na tua mão em corridas cinematográficas numa praia deserta
o que me toca é o desprendimento do olhar de espanto na criança
o tempo que serve para andar para trás e eclipsa a moeda e a usura
extinguir a fome, lepras, ratos mudos e aves de penas exóticas
transformar em ouro e diamantes o lixo e a verborreia
trazer de rojo o Homem do Zaratustra
e ter-te sempre acesa essa exaltação luz milagre
a mesma onde me colocas
rio rápido folha flutuante, nada me removerá daí, aqui
ceifar as daninhas e o veneno das águas que ninguém espreita
ingénuo, permanecer imaculado
marcar para sempre infinito rasgão na pele e na carne
deste frémito que é teu
ébrio encantamento de olhos abertos
a felicidade maior que é, já não saber sonhar sozinho!



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