domingo, 9 de junho de 2013

Tenho em mim esta sofreguidão de te comer


Morder todos os pedacinhos do teu corpo e guardar na minha língua o sabor férreo do teu sangue para depois lamber as tuas feridas dos meus tormentos.
Não me chega olhar-te assim, nunca me chega sequer olhar-te.Não me chega tão pouco tocar-te, nem sequer beijar-te.
Às vezes abraço-te com a força de te engolir molecularmente e encarnar-te na minha carne feita de pedras e ruelas escuras. 
Também não me chega pensar-te e muito pior me faz imaginar-te. 

A única coisa que me contenta temporariamente a vontade de te esventrar é a lembrança dos plácitos perdurados na minha memória de nós.

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