sábado, 25 de janeiro de 2014

Porn Sword Tobacco vs 0-1

Não fora esta liturgia de sangue espalhado
E ditaria conjuração sobre espaço e tempo
Deter-te nas minhas garras
Saciar todo o meu capricho
Só um livro, só um gesto
E permanecias a meus pés
Pronta e destemida, o desafio que pagas caro
O espaço feito caos, essa silhueta de cabeça pendida
Sinuosa coisa de carne exangue
Perpetrar-te o golpe, secar o sexo
E plantar o húmus no solo que te dá o chão.
Extinguir a cegueira e o sol que queima
Deixar a lua ser a prata que te reflecte
E o cuspo na tua face, o orvalho matinal
As mãos em ti, cravadas
São o ultimo desejo e a ordem que detém o tempo, sangue do meu sangue.


2 comentários:

Filipe Campos Melo disse...

Não fora a liturgia de um verso...

Um poema arrebatante,
pela força que se sente imersa,
pela forma - poderosa e impressiva - como se diz

Irrecusável e de indiscutível
qualidade

Abraço

zoetcus disse...

Obrigado por aqui passar e agradeço o raro e assertivo comentário pelo qual sou muito grato!