segunda-feira, 3 de março de 2014

É o teu corpo


É o teu corpo
frágil esguio erótico
que persigo
e frenesim constante
obsessão
deitado lá longe
escorre como mel essa lembrança que levo até Júpiter
prescrito mundano sou fiel ao teu busto
dos teus gestos delicados
escuto o rumor e ponho-me a adivinhar a surpresa
não me importa o subjectivo e desdenho o substantivo
invento adjectivos e letras, caracteres
as musas quero mortas
fixar só apenas este amor de ti
reduzir o amor em amor
e só amor ser
ser só este rosto que olha o teu
rugas marcas cicatrizes
cabelos brancos cabelos negros
morrer em ti
que eu também já fui poeta
mas agora sou muito mais que isso
sou teu


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