sexta-feira, 7 de março de 2014



Excessivo dizer de ti
As pérolas de frente
Alinhadas num pendente
Doce morte no teu peito
Glória de te ver
O justaposto contraponto em te receber
Vestes muito compostas
Tecido justo no teu corpo sibilante
retorno em um gesto terno
Púrpura vermelho ocre
Destemida languidez
Rejubilo com as marcas dos teus pés, danças
Frémito sonhado, concretização invisível
E depois sobre um acumulado de rios
Desafio a correnteza e essa incerteza dos dias
Conto mil poemas, junto as letras
Pequeninas vagens segmentos do beijo
Excessiva demora um tempo à espreita da luz
Sobejamente cheio de luz
Arde fogo
Situado num vagar de te ver, joelhos no chão
Trago estas pérolas nos dedos
Na boca uma trova

Escavei entalhes num pau e anunciei a morte do sol
A vitória crepuscular
Espalhei-me espaço fora e cobri tudo de jasmim
O vento troquei por perfume
Alexandria, roubei! E do cinema, beijos
Nem cólera nem dor , só espanto
De te dar, de seres, por termos, infinito inscrito.


1 comentário:

Filipe Campos Melo disse...

Do excesso de ser-te
o poema que se inscreve tempo

"O justaposto contraponto em te receber"

Toda a poesia é espanto

Abraço