sábado, 15 de março de 2014

mutismo



Já te contei daquela vez que o mundo parou, daquela vez em que a água do nosso lago vibrou com uma libelinha, que o sol aquecia os meus ombros escondidos debaixo do chapéu e que quando os melros vieram comer, senti que o mundo parou quando te vi?

Às vezes esqueço-me de contar estas coisas porque as gravo tanto dentro do peito que se tornam os meus tesouros e deles nascem primaveras todos os dias.

Se calhar é por isso que não te contei.
se calhar é por isso.
se calhar.
é por isso.
isso.
é.

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